Editorial MAGIS BRASIL

Inspirados por Inácio de Loyola, vemos que tudo está interligado: natureza, divindade e humanidade. Como cuidamos da nossa Casa Comum e dos mais vulneráveis? A destruição ambiental deve tocar os nossos corações e nos levar a ações concretas. Reflitamos com base na Parábola do Bom Samaritano: A Terra é o ferido em nosso caminho.

Oração preparatória: Que todas as minhas intenções, ações e operações sejam dirigidas unicamente ao serviço e louvor de sua Divina Majestade (EE 46).

Texto inspirador: Uma das Preferências Apostólicas Universais da Companhia de Jesus é colaborar com o cuidado da Casa Comum. Este apelo habita o coração da Companhia, contudo, desde sua gênese, uma vez que “a sensibilidade para com o mundo circundante e a capacidade enorme de expressar sua experiência profunda de Deus, através da aplicação dos sentidos, caracterizam a experiência de Inácio de Loyola, sobretudo na sua relação com a natureza”. 

Nos Exercícios Espirituais, o Peregrino de Loyola reconhece que “todos os bens e todos os dons descem do alto […] assim como os raios derivam do sol e as águas, de sua fonte” (EE 237). Inácio se coloca diante da natureza a partir do olhar amoroso do Deus Criador de todas as coisas. “Nessa perspectiva há uma unidade entre o antropológico, o teológico e o cósmico, constituindo assim algo impossível de ser pensado separadamente”. Tudo está interligado. É a partir desta reflexão que devemos situar nossa preocupação pela presença que somos no mundo, diante do cuidado desta Casa Comum que habitamos e compartilhamos. 

O presente e o futuro do mundo dependem da manutenção da criação, porque há uma constante interação entre a pessoa humana e a natureza. O estabelecimento de uma nova relação com o meio deve ser entendido como consequência de nosso compromisso de estabelecer uma relação justa e de amor com Deus (compromisso de fé) e com os outros seres humanos (compromisso com a justiça social). 

Neste sentido, as referidas Preferências mencionam que “o dano feito à terra é, ao mesmo tempo, um dano para os mais vulneráveis, os povos nativos, os camponeses que se veem obrigados a emigrar, como também os habitantes das periferias urbanas. A destruição do meio ambiente, gerada pelo sistema econômico dominante, provoca um dano que afeta gerações, porque atinge não somente os atuais habitantes da terra – em particular os mais jovens –, como também condiciona e põe em risco a vida das futuras gerações”.

Diante destas realidades, somos chamados e chamadas a curar estas relações feridas, numa postura de reconciliação e justiça. Pode inspirar-nos rezar a passagem do Bom Samaritano à luz destas reflexões e considerando a ação deste diante do ferido do caminho: ver, aproximar-se, sentir compaixão e cuidar. Ser presença que transforma a vida e as realidades. Quem é meu próximo? De que modo tenho me colocado diante dele? Como sou presente em sua realidade? Enxergo a Casa Comum como o ferido no meu caminho?

Boa oração!

Pedido de graça: Senhor, concede-me a graça da conversão ecológica que implica o desabrochar de todas as consequências do encontro com Jesus Cristo no relacionamento com o mundo que me rodeia.

Texto bíblico: Lc 10, 25-37.

Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: «Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?» Jesus lhe disse: «O que é que está escrito na Lei? Como você lê?» Ele então respondeu: «Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo.» Jesus lhe disse: «Você respondeu certo. Faça isso, e viverá!» Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?» Jesus respondeu: «Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, e o espancaram. Depois foram embora, e o deixaram quase morto. Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu, e passou adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata, e as entregou ao dono da pensão, recomendando: ‘Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gasto a mais’.» E Jesus perguntou: «Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?» O especialista em leis respondeu: «Aquele que praticou misericórdia para com ele.» Então Jesus lhe disse: «Vá, e faça a mesma coisa.»

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