Fé que Não se Apaga: Os Mártires das Missões e o Chamado que Continua
Autor: Ir. Douglas Turri, SJ
Seguir Jesus como jesuíta não é apenas escolher um estilo de vida diferente. É ousar um caminho de paixão pelo Evangelho, de entrega total e de serviço à missão de reconciliação que a Companhia de Jesus assume hoje: com Deus, com a humanidade e com a criação.
Desde os primeiros passos, a Companhia nasceu com um forte impulso missionário. Inácio de Loyola e seus companheiros sonharam uma Igreja em saída, capaz de chegar “a todas as partes do mundo”. Foi assim que São Francisco Xavier atravessou oceanos até a Ásia, e que José de Anchieta se lançou ao coração do Brasil.
Ir. Douglas Turri, SJ Em 27 de setembro de 1540, o Papa Paulo III aprovava oficialmente a Companhia de Jesus através da bula Regimini Militantis Ecclesiae. Um reconhecimento eclesial se revelava como a aurora de uma história que continua até hoje. Nascia uma nova ordem religiosa, fruto da intuição espiritual de Inácio de Loyola e de seus companheiros, que sonhavam em entregar suas vidas totalmente a Cristo e ao serviço da Igreja. O sonho que se transformou em missão Em 1534, em Montmartre, um grupo de estudantes liderados por Inácio havia feito votos de pobreza e castidade, sonhando em ir…
Pedro Claver nasceu em 26 de junho de 1580, em Verdú, na Catalunha (Espanha). Ainda jovem, entrou na Companhia de Jesus e, em 1610, foi enviado ao Novo Reino de Granada (atual Colômbia). Ordenado sacerdote em 1616, discerniu ali sua missão definitiva: ser servo dos africanos. Assinava suas cartas e profissão religiosa como “Petrus Claver, Aethiopum servus” — Pedro Claver, servo dos africanos para sempre. Cartagena: lugar de dor e missão Naquela época, Cartagena era um dos maiores portos do tráfico de escravos no continente. Todos os anos, milhares de africanos desembarcavam em condições desumanas, marcados pela fome, pela doença…
Ir. Douglas Turri, SJ Aprender a ouvir a Deus é o primeiro passo para responder ao Seu chamado. Quando falamos de oração, geralmente pensamos em palavras: pedidos, agradecimentos, louvores. Desde cedo, aprendemos orações como o Pai Nosso ou somos incentivados a falar com Deus. Mas será que oração se limita às palavras? Ou será que ela também nasce do silêncio que escuta? Em um mundo cheio de ruídos, respostas rápidas e distrações, talvez o maior desafio espiritual de hoje seja parar, silenciar e ouvir. Escutar a Deus é abrir espaço para o encontro. É deixar que Ele se comunique antes…
Na vida, os nomes não são apenas etiquetas: eles revelam algo do mistério que carregamos. Chamamos alguém pelo nome porque o reconhecemos, porque desejamos estar próximos
Ir. Douglas Turri, SJ Há escolhas na vida que não são apenas decisões… São verdadeiras revoluções interiores. Escolhas que rompem expectativas, abalam estruturas e transformam não só quem as faz, mas todos ao seu redor. A vida de São Luís Gonzaga é uma dessas escolhas, feitas com coragem, lucidez e uma fé inabalável. Filho da nobreza italiana, herdeiro de um castelo, de um título, de uma fortuna e de todas as honras do mundo, Luís foi criado para o poder, para a guerra e para os jogos de influência que marcavam as cortes da Europa. Esperava-se que ele desse continuidade…
Ir. Douglas Turri, SJ Essa é uma pergunta muito comum entre aqueles que desejam conhecer mais sobre a Companhia de Jesus e sua missão. Desde a sua fundação, a Companhia nunca teve um hábito único e obrigatório, e isso não é um descuido, mas parte da própria espiritualidade inaciana. Em primeiro lugar, nosso modo de vestir também está sujeito ao discernimento em função da oportunidade apostólica. Ou seja, tudo o que fazemos — inclusive a forma como nos apresentamos externamente — deve estar a serviço da missão de anunciar o Evangelho. Há contextos em que usar a batina ou clérgima…
Ir. Douglas Turri, SJ Celebrar São José de Anchieta é muito mais do que recordar um santo da nossa história; é fazer memória da presença do Patrono dos Jesuítas no Brasil, testemunha viva de força espiritual, coragem missionária e amor sem limites. É também atualizar e confirmar sua relevância para a nossa missão hoje — uma luz que nos guia e um fogo que nos move. Anchieta foi um homem de corpo frágil, mas de força inquebrantável. Descrito como “magro, de espírito forte e decidido”, irradiava uma vitalidade missionária que transcendia qualquer limitação física. Viveu 44 anos percorrendo o Brasil,…
Ir. Douglas Turri, SJ A fascinante história da Companhia de Jesus começa com um caminho — um percurso que é tanto geográfico, traçado por passos em busca de um destino, quanto espiritual, vivido com um coração aberto à escuta da voz divina. Inácio de Loyola, conhecido como “o peregrino”, e seus primeiros companheiros, movidos por um ardente desejo de servir a Cristo, veem-se impedidos de realizar o sonho de viajar de Veneza à Terra Santa, em virtude das guerras que assolavam a região. O que poderia parecer o fim de uma jornada transforma-se em uma nova oportunidade, pois Deus, em…
A profissão dos Últimos Votos marca um momento único e profundo na vida de um jesuíta: o passo definitivo de sua entrega à missão da Companhia de Jesus. Neste artigo, convidamos você a compreender melhor o significado espiritual dos Últimos Votos e o percurso que leva um jesuíta a este momento tão especial.
Ir. Douglas Turri, SJ Sempre fiquei intrigado com o aviso solene que ecoa nas cartas direcionadas às sete igrejas do Apocalipse: “Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 2,7,11,17,29; 3,6,13,22). Essa advertência parece carregar consigo um peso quase intimidador. E isso pode causar um certo receio, especialmente quando nossa mente começa a imaginar um cenário apocalíptico, cheio de desastres, juízo final e castigos. No entanto, esse trecho bíblico não se trata de ameaças ou punições, mas sim de um convite para absorver a verdade que está sendo transmitida. É como se fosse um chamado…
















