“As raposas têm suas tocas, e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8, 20).

Escrito por Adriana Xavier da Silva, FI

“Chamados por Cristo a entrar no tempo e transformar penumbra em luz, a brisa em vento, impulsionar a roda da vida um novo rumo, o magis buscar: entrega, compromisso, perdão, amor-serviço” (Hino do Magis 2013).

Ser peregrinos(as) do Cristo pobre e humilde não é fácil, principalmente tendo presente o momento em que vivemos, onde Cristo sofre em tantos irmãos e irmãs, das mais diversas formas.

Inácio e seus primeiros companheiros, impulsionados pela vivência profunda dos Exercícios Espirituais, que os levaram a configurarem-se de forma apaixonada com o jeito de ser e proceder de nosso Senhor Jesus Cristo, nos inspiram, pois foram dóceis e abertos à ação do Espírito Santo em suas vidas. Encontraram forças no Cristo pobre e humilde para atravessarem as situações difíceis que iam surgindo no caminho, lendo também nos acontecimentos por onde Deus desejava conduzi-los e assim permanecerem fiéis ao projeto de Deus.

“Devem igualmente advertir bem aos que se examinam (estimando e tendo isto como ponto de grande importância diante de nosso Criador e Senhor) quanto ajuda e aproveita à vida espiritual detestar, e não só parcial mas totalmente, todas as coisas que o mundo ama e abraça, e aceitar e desejar com todas as forças tudo o que Cristo nosso Senhor amou e abraçou” (Constituições da Companhia de Jesus e Normas Complementares 101 e Constituições das Filhas de Jesus 137).

Assim, podemos nos perguntar: o que o mundo em que vivemos ama e abraça? E o que nosso Senhor Jesus Cristo ama e abraça?

Ser peregrino do Cristo pobre e humilde é eleger com Ele o caminho da pobreza, simplicidade, humildade, despojamento, solidariedade, misericórdia, paz, amor-serviço, cuidado e respeito à vida de cada pessoa e por toda a criação, em oposição ao que o mundo oferece: riquezas, fama, sucesso, desejo de ter sempre mais, orgulho, divisão, ódio, inveja, egoísmo, indiferença, fechamento em si mesmo, desrespeito e falta de cuidado e amor com a vida do próximo e com a casa comum.

Nosso Deus se encarna, se torna um de nós, para nos dar o exemplo e ensinar o caminho da vida verdadeira. Por isso, peçamos com confiança a graça de sermos peregrinos(as) do Cristo pobre e humilde, assumindo seu modo de ser e proceder com paixão, deixando-nos conduzir por seu Espírito que nos leva a discernir onde Ele quer necessitar e servir-se de nossos dons, tendo presente as pessoas mais pobres e necessitadas de nossa sociedade (Constituições das Filhas de Jesus 144).

Que o Senhor nos conceda a graça de “ser mais para os demais”, sendo presença de qualidade. Buscando sempre o magis, a sua maior glória e em tudo amar e servir.

Texto Bíblico: Mt 5, 1-12

#Clique aqui e faça o download da versão para impressão desta reflexão.
Veja também a última reflexão.


Referências bibliográficas e sugestões de leitura:
– Autobiografia de Inácio de Loyola (tradução: António José Coelho, S.J.), Editorial A.O. – Braga, março de 2005.
– Constituições da Companhia de Jesus, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1997.
– Constituições das Filhas de Jesus, Instituto das Filhas de Jesus, Marques de la Valdavia, 7. Madri 1986.
– Autobiografia de Inácio de Loyola (tradução: Armando Cardoso, S.J.). Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1987.

Compartilhar.
Deixe uma resposta