Estanislau Kostka – Wikipédia, a enciclopédia livre

São Paulo. Cidade de Indaiatuba. Uma grande Casa de Retiros, com inúmeros quartos, capelas e jardins bem cuidados, convida ao silêncio exterior e interior, à paz, à meditação e à contemplação das tantas formas em que Deus se revela a nós. Vez ou outra borboletas bailam no céu e passarinhos rompem o silêncio com seu canto, também expressão da presença divina. Quem já viveu experiências profundas neste lugar, sabe de onde estamos falando: Vila Kostka – Mosteiro de Itaici.

Não à toa este lugar, que nos inspira a sempre buscar o magis, tem como patrono um Santo muito especial para a Companhia de Jesus, cuja memória celebramos hoje, 13 de novembro: Estanislau Kostka, um jovem noviço do século XVI que rompeu com os privilégios garantidos pela nobreza para alcançar mais plenamente o fim para o qual foi criado.

Estanislau nasceu em 1550, na Polônia, sendo o segundo filho de uma família rica e influente, proprietária de boa fortuna em terras e em negócios comerciais. Desde o nascimento, seu destino já estava praticamente traçado: seus pais queriam que servisse à sua pátria na política ou na diplomacia. Por este motivo, quando tinha 14 anos, foi enviado, junto de seu irmão mais velho e na companhia de tutor, a um colégio dos jesuítas em Viena, onde poderia receber boa formação. Como muitos jovens, era um rapaz convicto, sensível e alegre. Rapidamente mostrou-se um brilhante estudante, com facilidade para as línguas e grande maturidade de caráter.

Ao chegarem na nova cidade, Paulo, seu irmão mais velho, encantou-se com os atrativos que a grande Viena oferecia. Estanislau, porém, identificou-se mais profundamente com a vida do colégio e sua formação, tanto intelectual como espiritual. Foi neste contexto, por exemplo, que entrou para a então chamada Congregação Mariana (hoje, Comunidades de Vida Cristã – CVX), que, entre outras experiências, lhe permitiu se aprofundar na fé e ir percebendo mais atentamente o chamado que Deus lhe fazia.

Com o passar do tempo e com algumas dificuldades que surgiram, as diferenças entre Estanislau e o irmão, que contava com o apoio do tutor, foram se acirrando, fazendo com que nosso santo jesuíta sentisse cada vez mais que havia nascido “para as coisas maiores”. Crescia nele o gosto pela oração, pelo serviço aos outros, pela Eucaristia e pela devoção à Virgem Maria, incompreendido por sua família, que preocupava-se mais com bens e prestígios.

Kostka sentia que Cristo o chamava à sua Companhia, porém, em Viena, os Jesuítas não queriam recebê-lo sem a permissão de sua família. Mesmo diante dos desafios e provações, ele cultivou sua fé em um ideal e lutou por alcançá-lo até conseguir. Assim, resolveu partir para encontrar diretamente o Provincial da ordem jesuíta e lhe pedir admissão. Pôs-se, então, a caminhar até chegar a Dillingen, onde estava Pedro Canísio, Superior dos Jesuítas na Alemanha. Canísio compreendeu que diante dele estava alguém com uma vocação muito profunda e sincera e prometeu admiti-lo. Orientou-o a seguir viagem até Roma, para tratar diretamente com o Geral da Companhia de Jesus. Francisco de Borja, ao ler a carta de recomendação escrita por Canísio, acolheu alegre e confiantemente Estanislau ao noviciado jesuíta, em 1567.

Durante um mês inteiro, fazendo os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, sentiu-se plenamente em seu ambiente. Estava realizado. Naquele Noviciado de Santo André do Quirinal, o jovem polonês progrediu em sua busca de Deus, aprofundando seu carinho pela Virgem Maria. Em poucos anos percorreu um longo caminho.

Sua morte foi como sua vida: surpreendentemente rápida e simples. O mês de agosto de 1568 começou em Roma com o costumeiro calor e Estanislau não se sentia bem. Dentro de alguns dias, não se sabe exatamente o motivo, uma forte febre o prostrou. No dia 14, em um gesto de humildade, pede que seu colchão seja colocado no assoalho; recebe os últimos sacramentos e expira serenamente, faltando poucas horas para o dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora, de quem era tão devoto.

A vida de Estanislau foi um “sim” rápido e total. Morreu sem completar os 18 anos e foi noviço jesuíta apenas dez meses. Mas foi o suficiente. A canonização solene de Kostka ocorreu em 1726, junto com a de Luís Gonzaga, outro jovem que soube abandonar tudo para buscar o magis, a maior glória de Deus. Canonizando-o, a Igreja o apresenta como modelo à juventude. Por sua intercessão, rezemos a Deus para que cuide de nossos jovens e inspire a cada um de nós a dedicarmos nossa vida em serviço do Reino:

Ó Deus, Forte e Eterno, que concedestes grandes graças ao Vosso jovem servo, Santo Estanislau Kostka, concedei a todos os nossos jovens serem mais firmes na fé e constantes no testemunho. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Santo Estanislau Kostka, rogai por nós.

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