Em unidade com a luta dos movimentos e comunidades que lutam contra o racismo, ainda expresso de diversas maneiras em nosso país, entre os dias 24 e 26 de novembro, a Casa MAGIS Teresina promoveu atividades para refletir sobre a Consciência Negra.
Na sexta-feira, dia 24, um grupo de jovens participou da Festa da Beleza Negra, que aconteceu no Memorial Esperança Garcia, um local de resistência negra para o Estado do Piauí. No sábado, dia 25, pela manhã, foi realizada uma visita ao Ilê Asé Opassorò Fadaká, o primeiro terreiro de Candomblé de Teresina (PI). Nesse encontro, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o espaço e conversar com a jovem, mulher, negra e yalorixá Edarlande de Airá. Na ocasião, os jovens e assessores colaboradores da Casa MAGIS tiveram a graça de conhecer o protagonismo de uma linda jovem sacerdotisa dos orixás, com base no diálogo inter-religioso e cultural com as religiões de matriz africana, em busca de uma ação menos racista e intolerante.
Na tarde do sábado aconteceu a nossa Tarde de Espiritualidade com a “mística afro”, onde os jovens partilharam a experiência de visita ao terreiro e refletiram sobre os desafios impostos ao povo negro em nossa história, também sobre o racismo e a hipersexualização do homem negro e da mulher negra em nossa sociedade brasileira. Por fim, concluímos nossas atividades com uma ceia regada a comidas típicas da nossa cultura afro-brasileira, sob a benção de Olorum e dos orixás.
Confira, abaixo, testemunhos de dois participantes da programação de atividades:
Então por que não fazer do respeito também uma religião? Diferente do que eu pensava, e tantos mundo afora também devem pensar, fruto de uma cultura preconceituosa que vivemos enraizados, pude libertar a minha mente ao conhecer de perto um pouco dos fundamentos, místicas, significados e relações dessa religião. Por isso, não tenho receio nenhum ao falar que foi um dia importante e significativo na minha vida, enquanto cristã e humana. Entendo que precisamos cultivar um olhar mais humano para as pessoas, independente das crenças, da fé que as move a contribuir para um mundo melhor, e é somente através do respeito que iremos cultivar esse olhar humano, buscando quebrar as barreiras, buscando conhecer ao invés de apenas julgar, e sim, pode parecer clichê, mas é verdadeiramente aceitar e respeitar as diferenças. Continuo a seguir meu caminho em paz, na certeza da minha fé, mas agora com uma visão mais conceituada e esclarecida de tantas diferenças que nos cerca todos os dias. Amém pra quem é de amém! Axé pra quem é de Axé! (Marisa Rocha)
Tivemos a oportunidade de vivenciar um diálogo fraterno para desmitificar os “preconceitos” que nos foram colocados culturalmente pela sociedade. A experiência foi incrível e muito rica de cultura de nossos ancestrais africanos! Obrigada mãe Edarlane Andrade pela acolhida e informações relevantes repassadas para nós. (Lyli Sampaio)
Texto: Casa MAGIS Teresina