Em homilia de encerramento da viagem à Bélgica, Pontífice condena abusos e pede que casos sejam revelados e julgados.
MAGIS BRASIL com Vatican News
Durante a Santa Missa que encerrou sua visita à Bélgica e Luxemburgo, neste domingo (29), o Papa Francisco proferiu uma homilia marcante no Estádio Rei Balduíno, em Bruxelas. Diante de milhares de fiéis, o Pontífice reforçou a postura firme da Igreja contra abusos, pedindo que os casos sejam revelados e julgados, sem acobertamento.
Inspirado nas palavras de Jesus no Evangelho de Marcos, Francisco fez um apelo para que a fé seja vivida de maneira inclusiva e acolhedora, sem escândalos ou obstáculos ao crescimento espiritual dos mais vulneráveis, os “pequeninos”.
Condenação aos abusos
O Papa fez duras críticas ao acobertamento de casos de abuso, chamando a atenção para a gravidade de escandalizar os vulneráveis. “Na Igreja há lugar para todos, mas não para o abuso”, disse enfaticamente. Ele exortou bispos e fiéis a não esconderem o mal, mas a revelarem e julgarem os abusadores, sejam eles leigos ou membros do clero. Francisco também expressou empatia pelas vítimas que encontrou durante sua viagem, mencionando o sofrimento profundo que carregam.
Humildade e abertura
Além da forte condenação aos abusos, o Papa destacou a importância de uma fé vivida com humildade, gratidão e alegria. Ele lembrou que a ação do Espírito Santo muitas vezes escolhe os que estão à margem da sociedade, e que a comunidade cristã não deve se fechar em um círculo de privilegiados, mas sim se comportar como uma “família de salvos”, aberta a todos.
A nova beata Ana de Jesus
A cerimônia também celebrou a beatificação da venerável serva de Deus, Ana de Jesus, carmelita descalça que desempenhou um papel fundamental na difusão da reforma teresiana. Francisco exaltou o legado de simplicidade e caridade deixado por Ana de Jesus, que, em tempos de grandes escândalos, ajudou a trazer muitas pessoas de volta à fé.
Misericórdia e testemunho
O Papa concluiu sua homilia refletindo sobre a falta de misericórdia como um verdadeiro escândalo na sociedade contemporânea, especialmente em relação aos imigrantes e marginalizados. Ele exortou os fiéis a seguirem o exemplo da nova beata, vivendo o Evangelho da misericórdia e dando um testemunho autêntico de fé e abertura.
“Acolhamos o modelo de santidade feminina que ela nos deixou e renovemos nosso compromisso de caminhar juntos, seguindo as pegadas do Senhor”, concluiu Francisco.
