Ir. Plínyo Fagner, SJ
Olá, companheiros e companheiras, me chamo Plínyo Fagner, sou irmão jesuíta e, há cerca de três anos, moro em Boa Vista (RR), no extremo norte do Brasil, onde tenho como principal missão conciliar os estudos da antropologia com as atividades pastorais nas comunidades indígenas do Território Indígena Serra da Lua.
Roraima é terra de missão, um lugar de caminhar e lutar junto com as populações que mais têm sofrido ameaças nas últimas décadas. Os primeiros são os povos indígenas, que há séculos sofrem violência dentro e fora de seus territórios, constantemente invadidos. Os segundos são os migrantes venezuelanos, que migram massivamente para o Brasil em busca de mais dignidade para viver.
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto1-960x720.jpg)
Sobre a pastoral indigenista, em que estou mais presente, tenho percebido que ser jesuíta irmão dentro dessas realidades é ser uma presença participativa, sendo um com os demais, mas também um porta-voz da esperança, buscando animar os verdadeiros protagonistas da luta, que são os próprios indígenas. Também tenho percebido que estar junto com as comunidades indígenas, participando de sua realidade, diretamente ou indiretamente, vem me exigindo um novo modo de ser e de fazer presença.
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto-960x720.jpg)
Um dos grandes desafios que tenho vivenciado nos trabalhos junto aos povos indígenas é a necessidade de me abrir a um novo modo de estar no mundo: um novo modo de falar, de ouvir, de pensar, de comer, de sonhar e de estar na presença do outro. Essa resiliência não ocorre do dia para a noite; leva tempo. Por isso, é necessário ter muita paciência e a abertura de se refazer constantemente, aprendendo com o outro e deixando que a realidade me molde. A falta de muitos materiais, como subsídios para o trabalho pastoral, tem me exigido muita criatividade, que só encontro em colaboração com outros companheiros que nos ajudam na missão.
Minha consolação se dá quando percebo que as próprias comunidades indígenas desejam e nos pedem para levar a Boa Nova de Jesus a cada vez mais pessoas. Nossa presença no meio deles é desejada e pedida por muitos. Isso me dá muito ânimo e alimenta o meu desejo de continuar trabalhando junto com as comunidades indígenas. Nossa participação aqui em Roraima não se faz apenas na propagação da fé cristã, mas também na luta em defesa dos direitos indígenas e, principalmente, em defesa de seus territórios.
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto3-960x720.jpg)
Por isso, concluo agradecendo a Deus por me permitir vivenciar essa realidade, que me enriquece tanto, e aproveito para convidar cada um e cada uma que leu até aqui para vir conhecer um pouco dessa realidade amazônica e somar forças conosco, aqui do extremo norte do Brasil.
Um abraço a todos.
Kaímen!
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto6-540x720.jpg)
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto5-540x720.jpg)
![](https://magisbrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/01/foto7-405x720.jpg)