Encontro de projeto de vida que levou o tema “contemplar a realidade em que vivo” foi promovido pelo Centro MAGIS Burnier, Paróquia Santo Antônio e as Religiosas da Instrução Cristã (DAMAs).
Ir. Ubiratan Costa, SJ (Ir. Bira) via Centro MAGIS Burnier
Com dinâmicas, orações e muita partilha, o encontro teve um tom de confiança e de muitas reflexões. O segundo módulo dos Exercícios foi bastante provocador e, como não podia deixar de ser, trouxe à tona muitas questões que tocaram diretamente o olhar dos jovens em relação à igreja local, à cidade, à cultura e a diversas questões sociais relacionadas ao nosso país.
A princípio, haja vista a realidade social dos jovens, foi desafiador tocar em temas como agronegócio, racismo, polarização política e conservadorismo na Igreja. Contudo, esses mesmos jovens mostraram-se abertos ao diálogo acerca dessas questões, o que é fruto de seu processo de amadurecimento e de sua caminhada na vida cristã.
É justamente a partir da abertura ao diálogo que atividades como o Projeto de Vida provocam os jovens para que se deparem com algo novo, olhares diferentes, outras possibilidades, até porque não se pode amar, pensar, ou refletir acerca daquilo que não se conhece. É preciso propor, ofertar, convidar, acreditar, acompanhar para enxergar mais longe. E tudo isso à luz do seguimento de Jesus.
Para além das atividades já realizadas no contexto da Igreja em SINOP, como “segue-me”, acampamentos, encontros de jovens, etc., que certamente cumprem seus objetivos de animar os jovens no seguimento a Cristo, ainda se faz necessário promover atividades que consigam fazer com que os jovens reflitam a realidade concreta em que vivem, bem como se aprofundem no encontro e na experiência pessoal com o Cristo Amigo.
Acerca da necessidade do Projeto de Vida dos jovens impactar a realidade social em que se encontram, a jovem Eduarda Cortes, da Pastoral da Juventude e de outros movimentos eclesiais que atuam em Sinop, relatou que um dos principais aprendizados do encontro foi “entender como está a juventude da minha cidade hoje, não apenas da minha paróquia, e o que posso fazer para ajudar os jovens por meio do meu projeto de vida”.
Relatos como o de Eduarda demonstram que ocupar com a simples presença os espaços onde estão as juventudes, ganhar a sua confiança e a sua amizade, são passos importantes para apresentar aos jovens modos diferentes de atuar na Igreja e na sociedade, ajudando-os, a partir da sua própria autonomia e liberdade, a serem presença e companhia transformadoras no mundo.