Nesta semana, a Igreja do Brasil nos convida a rezarmos juntos, bendizendo a Deus pela Vocação Matrimonial. É, também, o convite do Pausa Vocacional Inaciana: um mergulho no berço das vocações. Rezemos pelas nossas famílias!
Escute o Pausa Vocacional Inaciana. Boa oração!
Conforme o relatório final do sínodo dos bispos sobre a família, “O matrimônio cristão não pode reduzir-se a uma tradição cultural, nem a uma simples convenção jurídica: é um chamamento de Deus que requer discernimento atento, oração constante e amadurecimento adequado.”(A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo – n. 57). Trata-se, assim, de uma vocação específica, mediante a qual aqueles e aquelas que para ela são chamados, buscam dar testemunho do Cristo Vivo e Ressuscitado, por meio da vivência autêntica do amor conjugal, concretizado na partilha da vida cotidiana (Gadium et Spes – nº 48), em família, na ternura (Amoris Laetitia – n. 28), na sadia vivência do afeto e da sexualidade (Gadium et Spes – nº 48-49), no diálogo e perdão constantes; visando, assim, permanecerem fiéis ao compromisso que assumiram mediante Deus e a Igreja.
Nesse sentido, segundo o Papa Francisco, “O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo de um compromisso(…). O matrimônio é uma vocação, sendo uma resposta ao chamado específico para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacional” (Amoris Laetitia – n. 72).
Assim, agradecidos a Deus pela vocação matrimonial, rezemos juntos seguindo os seguintes passos:
1. Agradecer
Agradeço a Deus pelo dom da vocação matrimonial como chamado específico de amor e de vivência autêntica do Evangelho, sinal do amor entre Cristo e a Igreja.
2. Pedido de graça
Peço a Nosso Senhor a graça de não ser surdo ao Seu chamado, mas pronto e diligente para cumprir Sua santíssima vontade (EE, 91).
Peço a Deus a graça de, caso seja Sua Santa Vontade, aceitar com coragem, amor e generosidade o Seu chamado para a vocação matrimonial.
3. Inspiração Bíblica – João 6,41-51
[…] “Eles comentavam: ‘Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? […] Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. […] Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo.” […]
4. Reflexão
Nesta semana, somos chamados a agradecer a Deus e a rezar pela vocação matrimonial, que nada mais é do que um chamado a construir uma comunidade humana que una e transforme as individualidades de cada cônjuge em uma singularidade de dons que favoreça a vivência do amor de Deus na vida cotidiana. Conforme nos exorta Santo Inácio de Loyola, o amor, que deve se por mais em obras do que em palavras, consiste em comunicação mútua dos dons que possuem as pessoas que se amam (EE, 230 e 231). Ao dispor-se a compartilhar sua vida com outra pessoa constituindo uma família, o indivíduo se compromete a doar o melhor de si e a aceitar com paciência e caridade o que vier a receber da pessoa amada, que com ele constituirá uma nova unidade de desígnios, uma verdadeira comunhão. Nesse sentido, ensina o Papa Francisco que “o matrimônio é ícone do amor de Deus por nós” (Amoris laetitia, 121). Com efeito, a partir da união matrimonial forma-se uma comunidade cujos membros experimentarão um processo contínuo de integração de seus dons, de entrega de si, de aperfeiçoamento no amor, a ponto de gerar neles uma identidade comum, passando a identificar-se como uma família. Não se pode ignorar que, tal qual ocorre em toda comunidade humana, na família também se revelam as fraquezas de cada pessoa. Tais fraquezas, no entanto, envoltas pelo sentido maior do amor, se tornam oportunidades de crescimento pessoal e aprofundamento dos laços humanos à luz dos ensinamentos e da vida de Cristo. Portanto, a pessoa que se sente chamada a responder afirmativamente à vocação matrimonial deve estar disposta a doar-se e aberta para aprimorar-se como ser humano no seio da comunidade familiar. Em suma (e por paradoxal que pareça): deve estar disposta ao permanente exercício de esvaziar-se de si em benefício da instituição familiar, que a completa e eleva enquanto criatura amada de Deus.
5. Provocação vocacional
Como me sinto diante da possibilidade de compartilhar permanentemente com uma certa pessoa minha vida e meus dons? Estou disposto a aceitar integralmente a participação de outra pessoa em minha vida, com todos os seus dons e suas fraquezas, incluindo-a em todas as minhas decisões e planos? Independentemente de eu conhecer alguém com quem deseje constituir uma família, percebo em mim movimentos internos que indicam uma inclinação à vocação matrimonial?
6. Resolução e colóquio
Defino um propósito específico para meu discernimento vocacional e peço a Deus a graça de permanecer firme na fé, atento aos Seus sinais e disponível no serviço, sempre disposto a buscar Sua vontade e a me empenhar na construção do Seu Reino, seja através da vida matrimonial seja de outra forma que o Senhor me apontar. Encerro com uma conversa, consciente de que sou filho e amigo muito amado do Senhor.
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