Jobson - MAGIS Brasil

Jobson Ramos Teixeira, SJ

“Não ardia o nosso coração?” (Lc 24,32a)

Movido por um coração que arde ao reconhecer o Senhor no caminho, Jobson entrega sua vida à missão de consolar, servir e caminhar com os demais. Sua formação na Companhia de Jesus foi marcada por profundo crescimento humano, amizade com Deus e busca por uma fé pensada e encarnada. Em 2025, será ordenado presbítero, confirmando seu desejo de seguir Jesus com mansidão, coragem e alegria, no amor que se faz serviço.

Quais são os três principais destaques da sua formação jesuíta?

A Companhia de Jesus me proporcionou uma formação longa e profunda, que me constitui em muitas dimensões. Destaco, em primeiro lugar, a formação humana, que me ajudou a crescer em autoconhecimento e a lidar com minhas luzes e sombras. Em segundo lugar, a formação espiritual, que me coloca em constante busca de uma amizade sincera com Deus. Por fim, a formação intelectual, especialmente em filosofia e teologia, que me dá ferramentas importantes para servir com mais profundidade e lucidez na missão.

Uma breve biografia pessoal

Nasci em Alenquer, uma pequena cidade do interior do Pará. Mas foi em Manaus, para onde me mudei aos 12 anos, que minha formação pessoal e espiritual ganhou maior força. Entrei no plano de candidatos à Companhia de Jesus em 2013, em Belém/PA. Logo depois fui para o noviciado em Feira de Santana/BA, onde fiz meus votos no dia 30 de janeiro de 2016.

Uma experiência marcante foi a peregrinação que fiz com outros dois companheiros, de Russas a Juazeiro do Norte, no Ceará. Nesse tempo de estrada, experimentei a presença de um Deus que acolhe, forma e fortalece, especialmente nos momentos de medo e vulnerabilidade.

Qual é a sua formação acadêmica?

Antes de entrar na Companhia, estudei desenho técnico no SENAI, o que me levou a iniciar um curso de engenharia de produção mecânica, que deixei pela metade ao entrar no plano de candidatos. Já como jesuíta, cursei filosofia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte, e teologia na Pontifícia Universidade Javeriana, na Colômbia.

O que você espera ou deseja para a sua missão após a ordenação?

Espero seguir os passos de Jesus manso e humilde. Quero estar a serviço, sem medo e sem preguiça, entregando-me de coração inteiro à missão. Também desejo ser acompanhado e sustentado pela amizade e presença dos meus companheiros e companheiras de caminho, pois acredito que a missão se torna mais bonita quando é vivida em comunidade.

Qual é um talento que você desenvolveu ou cultivou como jesuíta e por que ele é importante para você?

Muitos dos meus talentos foram cultivados ainda na infância, com forte influência dos meus pais, que sempre trabalharam com dedicação e criatividade. Já na Companhia, pude desenvolver novas habilidades, e uma que me acompanha com carinho é a arte do mosaico. É um espaço de expressão, oração e beleza que me ajuda a unir pedaços da vida — meus e dos outros — numa composição mais inteira.

O que mais te surpreendeu na vida jesuíta?

Algo que me surpreende positivamente é a universalidade da nossa missão e da nossa formação. Sempre soube disso, mas foi ao ser enviado para estudar fora do país que percebi a grandiosidade das estruturas que a Companhia tem ao redor do mundo. Isso vale tanto para a formação quanto para a missão: podemos ser enviados a qualquer lugar onde o Senhor nos chamar.

Qual é uma coisa que você diria para alguém que está considerando entrar na Companhia hoje?

Pense bem, com carinho e liberdade. Não deixe que ninguém decida por você, porque o chamado é profundamente pessoal. A Companhia é uma entre tantas possibilidades belas de servir a Deus — por isso, vale a pena conhecer outros caminhos também, para discernir com verdade o que faz arder o seu coração.